Um estudo publicado em 2015, escrito por Jeffrey Ross, estabeleceu uma tipologia denominada “Variedade de voyeurismo prisional”, em que se determinou 11 situações básicas que envolvem prisões, que demonstram o nível de interação, o que é necessário para que a situação seja vivenciada, a quantidade de interação com presos e agentes de segurança, a autenticidade da experiência e os efeitos da experiência sobre o sujeito.
As situações seriam as seguintes:
1. Prisão em estabelecimento prisional;
2. Trabalho em estabelecimento prisional;
3. Voluntariado em estabelecimento prisional;
4. Visita a amigo ou parente em estabelecimento prisional;
5. Educação/aprendizado formal acerca do tópico prisional;
6. Filmes de não-ficção, documentários, docudramas sobre prisões e/ou vida nas prisões;
7. Visita a estabelecimentos penais abertos ao público com a finalidade de turismo;
8. Participação em programas tipo “reality show”, que simulam a vida na prisão;l
9. Visita a estabelecimentos penais para fins educacionais (ex: alunos de faculdade);
10. Prisões-museus abertas ao público;
11. Passar a noite em estabelecimentos penais que foram convertidos em hoteis.
O ponto mais relevante deste artigo é reconhecer que as diversas formas de interação acarretam em perspectivas diferenciadas em relação ao conceito do que é, de fato, a prisão. E a falta de experiências autênticas geram perpetuação de estereótipos equivocados e de atitudes que dificultam o retorno dos ex-condenados à sociedade.
Para a arquitetura prisional, esta perspectiva é extremamente importante, uma vez que somente aqueles que, de fato, vivenciam a realidade das prisões têm um impacto relevante a ponto de saber o quanto o espaço é capaz de influenciar as interações sociais que ocorrem no espaço prisional, bem como as emoções que ocorrem lá dentro.
Referências:
Ross, J. I. (2015). Varieties of prison voyeurism. The Prison Journal, 95(3), 397-417.
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