Em 18 de dezembro de 2015, estreou a série original “Making a Murderer”, pelo Netflix, que faz um documentário sobre a vida de Steven Avery e a condenação baseada em uma série de falhas (plantadas) pelo sistema de justiça criminal.
O documentário relata sobre como Avery foi sentenciado a 32 anos por um estupro que não cometeu, tendo passado 18 anos atrás das grades até que conseguissem provas cabais de sua inocência. Tal veredito foi dado após as investigações ligarem o crime sexual de Penny Beernsten com outras alegações anteriormente feitas por sua prima, Sandra Morris, que o acusava de outros delitos de mesma natureza.
Posteriormente, com as provas conseguidas a partir de exames de DNA, que comprovaram a sua inocência, ele foi posto em liberdade e investigações foram realizadas pela Corregedoria para verificar se erros judiciais haviam sido cometidos. Provavelmente por questões de proteção ao próprio sistema, não foram “encontradas evidências de erros cometidos durante as investigações e persecução criminal de Avery”. Não satisfeito, Avery resolveu buscar os seus direitos por meio de uma ação judicial de reparação de danos, no valor de 36 milhões de dólares contra aqueles que fizeram com que ele fosse erroneamente condenado. Não sabia, porém, que o preço para tal ato seria uma nova acusação, desta vez de assassinato, que o colocaria novamente atrás das grades.
Este documentário é interessante para ilustrar os procedimentos que o Condado de Manitowoc, por meio de uma delegacia de polícia, conseguiu levar Avery à prisão infundada original, bem como à segunda, ocorrida após a sua soltura.
Evidentemente que os sistemas jurídicos americano e brasileiro são diferentes em diversas características, mas não se pode deixar de admitir que qualquer que sejam os procedimentos tomados, todos estão sujeitos a falhas e, para se esquivar das consequências e do embaraço de ter de explicar os porquês dos deslizes, muita corrupção e outras medidas escusas podem estar ficar envolvidas. O resultado é uma bola de neve!
Vale a pena assistir!